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Autor vencedor do Prêmio Camões (2000) e do Prêmio Machado de Assis (2008).
Publicado pela primeira vez em 1987, Violetas e caracóis reúne nove contos, todos ambientados em Duas Pontes. O livro dialoga diretamente com obras anteriores do autor, como As imaginações pecaminosas e o Novelário de Donga Novais, que também têm a cidadezinha mineira como cenário. Alguns dos personagens mais conhecidos de Autran Dourado reaparecem aqui, como o sério e discretíssimo escrivão Margarino Vivas, o rico e admirado banqueiro Vitor Macedônio e o próprio Donga Novais, com sua espantosa sabedoria pantemporal.
Em Violetas e caracóis encontramos "Os mínimos carapinas do nada", um dos contos favoritos do autor. O texto é uma metáfora da condição de escritor, eterno carpinteiro, talhando cuidadosamente a madeira, formando caracóis cada vez mais miúdos, cada vez mais detalhados e perfeitos. "Os mínimos carapinas do nada. São os velhos que ficavam na janela de casa, esculpindo, tirando pequenas aparas de madeira, fazendo caracóis. Procurando o nada. Escreve-se para chegar ao nada".
A riqueza de detalhes e a precisão na construção psicológica dos personagens mais uma vez dão o tom do livro. Na prosa precisa e madura de Autran Dourado nada falta e nada sobra, cada palavra é cuidadosamente escolhida e cada frase meticulosamente estruturada. Violetas e caracóis é leitura indispensável para os fãs do autor e para todos aqueles que apreciam boa literatura.