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Este livro cumpre uma missão rara e difícil: a de escrever sobre o ato de escrever, mas de maneira particular, que revele os segredos, os truques, a invenção e as aflições do fazer poético. Essa tarefa, Autran Dourado considera fundamental, não apenas como contraponto ao trabalho acadêmico dos críticos, mas, especialmente, para a formação dos jovens escritores brasileiros. O fazer poético — que ganha muito mais força se narrado pelo próprio autor — é escasso entre os escritores nacionais. Os "bastidores" dos romances de Autran Dourado demonstram, já em sua narrativa, quanto a exposição sobre o fazer literário é importante para a formação do escritor e para a própria literatura. A riqueza da poética de Autran Dourado não apenas fala de si, mas de outros grandes escritores brasileiros como José de Alencar, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Mário de Andrade e muitos outros estrangeiros, do fazer poético de cada um, da origem do encanto dos personagens e das tramas de cada história.