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Primeiro romance de Autran Dourado, Tempo de amar foi publicado originalmente em 1952. Na época, o genial prosador mineiro tinha apenas 26 anos, mas já apresentava todos os ingredientes que se tornariam marcas registradas de sua literatura: os personagens fracassados cujas vidas se arrastam, os perfis psicológicos bem delineados, as palavras escolhidas a dedo e a cuidadosa carpintaria das frases, construídas com a perfeição de um grande mestre.
A maior das raridades deste que é um dos mais brilhantes escritores brasileiros, o livro narra a história de Ismael, cuja inocência da infância é interrompida pela trágica morte da irmã e pela descoberta de inúmeros problemas de sua família, antes idealizada. A percepção de que nem tudo ao seu redor era tão belo quanto parecia faz com que Ismael torne-se um homem que prefere a nostalgia à realidade, o passado ao presente grotesco: uma apatia que não permite espaço para o amor.
Antes de Tempo de amar, Autran Dourado já havia publicado outros dois livros: Teia, em 1947, e Sombra e exílio, em 1950. Mas eram novelas, não romances. Em 1973, ele lançou Uma poética de romance: matéria de carpintaria, já reeditado pela Rocco, em que ele desvenda o processo de criação de Tempo de amar. E em 1995, os personagens de sua estréia como romancista voltariam no também reeditado Ópera dos fantoches, que mostra Ismael já no início da velhice, relatando sua vida ao escritor João da Fonseca Nogueira, personagem presente em várias histórias do autor.
Autor vencedor do Prêmio Camões (2000) e do Prêmio Machado de Assis (2008).