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O livro assusta: Quem ama literatura não estuda literatura – Ensaios indisciplinados. Parece mera provocação, mas é, na verdade, uma constatação embasada ao longo dos quase 20 anos em que o autor foi professor da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. E seu significado é muito mais profundo do que aparenta ser. O objetivo aqui é questionar o modo quase infrutífero como se estuda e leciona literatura no Brasil. Segundo Rufino, para verdadeiramente estudar literatura, não adianta quase nada analisar as obras em relação aos movimentos, escolas e estilos de sua época, como se faz nos colégios e universidades brasileiras. Ele defende que o estudo de literatura só será socialmente relevante no Brasil quando ele for feito com base em antropologia, sociologia, psicologia, história, teoria da comunicação e até economia. Para início de conversa, Rufino dedica boa parte do livro ao estudo daquele que chama de perturbadores do sono do mundo: Darwin, Marx, Einstein e Freud, sem os quais não seria possível compreender verdadeiramente qualquer forma de literatura feita nos últimos cem anos. Como estudos de caso, o autor aborda obras de Raul Pompéia, Graciliano Ramos, Nelson Rodrigues e outros clássicos brasileiros. Rufino não tem medo de dizer que a literatura se constitui de inutilidades, não serve para nada. Ou melhor, serve para entreter a morte por Mil e uma noites. Existe porque a ciência não basta. Assim como a filosofia, desestabiliza a ciência, ao mesmo tempo que se apresenta como outro conhecimento do mundo e dos homens. E por isso a religião seria um estado de literatura, visto que o impulso que conduz a uma é o mesmo que conduz à outra. Os ensaios que compõem Quem ama literatura não estuda literatura são, nas palavras do autor, sua "despedida de professor, quase um testamento" de alguém que viveu para ler e ensinar a amar literatura.