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Diz a crença popular que a vingança é um prato que se come frio. Em O pau, Fernanda Young fala do tema ao contar a história de Adriana, uma bela designer de jóias que descobre sinais da traição do namorado, 14 anos mais novo. Ao longo das páginas, a escritora usa o humor ácido que a consagrou como redatora de sucessos como Os normais para derrubar a teoria freudiana da inveja do pênis.
Linda, bem nascida e com uma carreira de sucesso, Adriana tem 38 anos e sofre com as inseguranças que atingem boa parte das mulheres de sua idade. O corpo, embora cuidado com esmero, não tem mais a firmeza encontrada nas meninas de 20. No rosto, começam a despontar as primeiras marcas de expressão, e temores como o aumento do grau dos óculos para vista cansada são uma constante. Por dentro, as marcas de sucessivas decepções amorosas a tornaram extremamente desconfiada.
Nesse contexto, entra na vida da designer de jóias um jovem ator de 24 anos. Bonito, com um corpo malhado e, para completar, se dizendo completamente apaixonado por ela. Mesmo sem querer acreditar muito que possa ser verdade, Adriana termina embarcando na história, dizendo a si mesma que não é amor o que sente, está só aproveitando a chance de desfilar por aí na companhia de um belo rapaz, ainda por cima mais novo, que está ao seu lado porque tem a chance de aprender sobre o mundo e levar uma vida melhor. Afinal, segundo ela, suprir mútuas necessidades é a base do sucesso da maioria dos casais.
Tudo parece ir bem até uma noite em que, acordada sozinha na sala da casa do namorado, ouve o celular dele apitar com uma mensagem de um remetente sem nome. Em poucos minutos, a desconfiança de Adriana cresce e ela descobre a identidade de quem mandou o torpedo: uma modelo e atriz que diz ter 21 anos. Diante dos sinais de traição, a designer monta um elaborado plano de vingança, com o objetivo de destruir 'aquilo' que a maioria dos homens mais preza na própria anatomia.