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Tudo começa numa simples aposta de futebol. Máiquel, um jovem vendedor de carros usados na periferia de São Paulo, erra o palpite e precisa pagar a prenda: tingir o cabelo. Mas um desvio sutil no procedimento acaba por alterar todo o rumo de sua história. Em vez do castanho alourado prometido, o rapaz sai do salão completamente louro, “como esses cantores de rock da Inglaterra”. É este o improvável estopim para a escalada de eventos quase casuais — uma dor de dente, a admiração por uma loja de departamentos, um mal-entendido num bar — que leva Máiquel a se tornar “O matador da Zona Sul”. Publicado originalmente em 1995 e traduzido para diversas línguas, O matador foi indicado ao Prix Femina, um dos prêmios literários mais importantes da França; conquistou o também francês Deux Océans e o alemão Deutscher Krimi Preis. Em 2003, virou filme com o título de O homem do ano, com ninguém menos que Rubem Fonseca assinando o roteiro.
No livro estão algumas das características que fazem da autora uma das escritoras brasileiras mais celebradas atualmente. A narrativa ágil, onde se intercalam onomatopeias, gags televisivas e bordões publicitários, reproduz o cenário urbano no qual a violência é só um elemento a mais do caos cotidiano. Banalizada, a morte mostra-se quase pueril.
É sem nenhum planejamento prévio que o frustrado Máiquel, o garoto de vinte e poucos anos que tem vergonha de seus sapatos, vira um profissional do extermínio, com direito a firma, secretária e Opala preto. Estréia no crime ao matar pelas costas um conhecido de bar, após convocá-lo, por puro impulso, para um duelo. Mata a segunda vítima em troca de um tratamento dentário. Rapidamente, torna-se o homem responsável por eliminar os desafetos de uma classe média caricata, afogada em móveis de mogno, tardes na churrascaria e abacaxis tropicais. Enquanto isso, vê-se envolvido num triângulo amoroso que alimenta ainda mais o fluxo de tragédias que o rodeia.