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Existem várias formas de contar a história da humanidade. Matthew White, um autoproclamado especialista em atrocidades, escolheu contar a história pelo seu viés mais sombrio: as mortes. Como William Shakespeare destacou na peça Julius Caesar, “O mal que os homens fazem sobrevive a eles. O bem é geralmente enterrado com seus ossos”. A frase resume bem a ideia do livro de White, que reúne os cem eventos com as maiores taxas de mortalidade causadas pelo homem.
O resultado é uma surpreendente releitura da História, onde acontecimentos pouco lembrados, como A Revolta Mahdi e a Rebelião Taiping, ganham destaque ao lado das muito estudadas – e sangrentas – Guerras Mundiais. E não só de conflitos é composta a lista de Matthew White. Outros episódios, que muitas vezes são dissociados de seu impacto humano, mostram-se igualmente cruéis, como a conquista das Américas e o período da Dinastia Xin.
Cada um dos acontecimentos é contextualizado e seus principais personagens destacados. As consequências para a população – além da óbvia morte – também é esclarecida. Os episódios narrados no livro vão desde a Segunda Guerra Persa (480 – 479 a.C.), que ocupa o 96º lugar na lista, até a Segunda Guerra do Congo (1998 – 2002), o 27º evento mais sangrento da história. Nenhuma parte do mundo escapa da curiosidade aguçada de White, que cobre desde a Revolução Mexicana (46º) até a Guerra Civil Chinesa (19º).
Ao ler O grande livro das coisas horríveis, o leitor é convidado, desde o início, a conhecer a história sob uma narrativa diferente, sem seguir os imperadores, reis e ditadores, mas conhecendo seus súditos e o que aconteceu com eles. Quem ganha o primeiro lugar na lista de White? O leitor curioso vai descobrir.