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Samuel é rápido no gatilho, obsessivo e demoníaco. Atualmente na casa dos sessenta anos, é artista plástico e mora no Rio de Janeiro com a esposa surda-muda, Esmeralda. Têm dois filhos. O romance, somos informados, narra a história da vida intrincada de Samuel. Mas será que a vida que nos é narrada pertence realmente a ele? Certos “fatos” das memórias de Samuel nos incentivam a identificar o narrador com o autor, Silviano Santiago. Ele nos intriga. Para piorar as coisas, Samuel se declara mentiroso: se a afirmação for verdadeira, então ele está mentindo, e o que ele declara é falso; se, no entanto, a afirmação for falsa, ele não é um mentiroso e, sim, um “falso mentiroso”. Mente ao dizer que mente, embora de vez em quando diga a verdade... Em que Samuel – ou esse Silviano inspirado nos heterônimos de Fernando Pessoa – quer que acreditemos? O falso mentiroso é um romance picaresco extremamente divertido que brinca com a própria identidade da obra autobiográfica, ampliando engenhosamente as controvérsias críticas relativas à divisão entre fato e ficção, e às idéias de subjetividade, autoria e representação.