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O espírito do Tao, mais um título da Coleção Sábias Palavras, da Editora Rocco, é uma síntese dos principais textos do taoísmo, organizada por Thomas Cleary, com tradução de Murillo Nunes de Azevedo. Ele apresenta os ensinamentos do Tao – te Ching, o texto mais antigo, mais lido e aceito pelos taoístas, com origem entre 500 e 300 a. C. É atribuído ao mestre chinês Lao-tzu e é composto basicamente por provérbios e aforismos. Depois, o diferencia do Chuang-tzu ou o livro do mestre Chuang (369 a.C– 286 a.C.), compostos por histórias alegóricas sobres os mesmos ensinamentos antigos. Traz o Huai-nan-Tzu, um livro escrito 150 anos mais tarde que o do mestre Chuang, em plena dinastia Han, com comentários atribuídos a Lao-tzu feitos a um de seus discípulos, mas atravessado pelo clima despótico da dinastia Han. As palavras sábias e especialmente deliciosas concentram-se no capítulo Histórias de significado interno, com parábolas como a do homem pobre e o ouro. O homem pobre saiu de casa disposto a enriquecer na vida. No caminho para a cidade, viu um carro que transportava boa quantidade de ouro. Não teve dúvidas. Avançou sobre o carro e apoderou-se de boa quantidade de ouro. Foi imediatamente preso por populares e levado ao juiz, que lheperguntou curioso como se atreveu a roubar aquele ouro diante de tanta gente. A resposta: É que eu vi o ouro, não vi o povo. Outra história simples e reveladora é a do homem que perde seu machado e passa a desconfiar do filho do vizinho. Só podia ser ele. Ele andava como um ladrão, olhava como um ladrão, falava como um ladrão. Dias depois, o machado reapareceu em sua casa. De repente, o filho do vizinho voltou a andar, olhar e falar normalmente e não mais como um ladrão.