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Para Julio Cabrera, grandes diretores como Ingmar Bergman, Alain Resnais, Stanley Kubrick ou mesmo Steven Spielberg não são apenas cineastas, são filósofos. No livro O cinema pensa – uma introdução à filosofia através dos filmes, o autor defende sua teoria de que os longas-metragens, mais do que experiências estéticas ou produtos de lazer para as massas, são conceitos-imagem, ferramentas poderosas para a exposição e a discussão de questões caras à humanidade.
Seguindo esse raciocínio, Cabrera discute Roman Polanski com base em Santo Tomás de Aquino, compara Michelangelo Antonioni a Descartes, analisa Wim Wenders sob a ótica de Hegel e estabelece um paralelo entre Nietzsche e Oliver Stone, por exemplo. Kant dialoga com o Peter Weir de Sociedade dos poetas mortos e o Fred Zinnemann de O homem que não vendeu sua alma, quando o assunto é liberdade. Hegel joga luz sobre os conceitos-imagem de Paris, Texas, de Wim Wenders, Império do Sol, de Steven Spielberg, O turista acidental, de Lawrence Kasdan, e Hiroshima meu amor, de Alain Resnais. Cabrera também disseca os filmes de Clint Eastwood, Lindsay Anderson, Ridley Scott, Ingmar Bergman, Frank Darabont, Roman Polanski e tantos outros. O resultado é uma análise apurada da cultura contemporânea sob a luz da filosofia.