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Em O centésimo em Roma, Max Mallmann nos transporta para a Roma Antiga, entre os anos 68 e 70 d.C. Nessa viagem ao passado, acompanhamos os desmandos de imperadores despóticos, convivemos com a ambição e os vícios da aristocracia romana e seguimos os legionários em suas caçadas aos cristãos.
O cenário deste romance é uma cidade barulhenta, em cujas ruelas estreitas se cruzam pregoeiros, cambistas, mendigos, adivinhos, dentre outros indivíduos de diferentes raças e culturas, vindos de diversos pontos do vasto Império. No bairro pobre, onde mora o Centurião Desiderius Dolens, frequentamos tabernas, conhecemos a gente simples que tenta sobreviver sem qualquer possibilidade de interferir nos rumos tomados por aquela república sui generis. Gente que, aglomerada nas praças, assiste a cenas violentas decorrentes de insanas disputas pelo poder.
Curiosamente, quanto mais nos enredamos na política e nos costumes desse tempo tão afastado do nosso, mais somos assaltados pela incômoda impressão de que a distância entre aquela realidade e a que vivemos não é tão grande como tínhamos imaginado.
O personagem principal de O centésimo em Roma não é um grande herói nobre, idealista, que pretende mudar o mundo. Dolens – aquele que sofre, como indica seu nome – é um homem comum, plebeu, lutando para subir na vida, de preferência sem abrir mão de alguns bons sentimentos, numa sociedade em que todo valor é traduzido em moedas.
Resultado de uma ampla pesquisa em textos de historiadores antigos e modernos, o romance dialoga, através de citações, diretas ou não, com essas obras e com a literatura de diferentes períodos, sem perder o tom coloquial e o bom humor. Consegue, assim, prender a atenção do leitor até a última página.