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'Lunar Park' começa como uma autobiografia. Ellis confirma, sem pudores, tudo o que se sabe (ou que se pensa saber) sobre ele - o sucesso repentino, os escândalos, seus amores e desafetos famosos, seu cinismo e arrogância. E também a relação tumultuada com seu pai, um homem violento que lhe deixou U$ 10 milhões em dívidas ao morrer e cujo último desejo Ellis se recusou a realizar, embora pudesse fazê-lo com facilidade. Tudo parece corresponder à realidade, com riqueza de detalhes polêmicos. Até que Ellis começa a falar de coisas das quais ninguém jamais ouviu falar, sua decadência profissional, seu casamento com uma atriz medíocre e o filho que ele despreza desde antes do nascimento. Em 'Lunar Park', é impossível distinguir os limites entre ficção e realidade. Apenas Bret Easton Ellis, o autor, poderia esclarecer o que, em seu livro, é mentira com fundo de verdade ou verdade exagerada por algumas mentiras. Mas nem adianta perguntar - ele se recusa a responder. O autor enlouqueceu ou é tudo verdade? Ou o que o atormenta são as seqüelas do uso contínuo e abusivo de drogas? De qualquer maneira, que diferença faz?