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Depois dos romances Carreiras cortadas (1989), Efeito suspensório (1993), Goldstein & Camargo(1994), Variações Goldman (1998) e A Gaiola de Faraday (2002, prêmio de Ficção da Academia Brasileira de Letras), os dois últimos publicados pela Rocco, Bernardo Ajzenberg, escritor consumado, reafirma seu reconhecido talento para a narrativa urbana e psicológica no sexto livro, Homens com Mulheres.
Os doze contos reunidos nesta coletânea constituem um memorial narrativo de como se formam, se desgastam e se dissolvem os relacionamentos entre homens e mulheres. Não de um ponto de vista simplesmente “masculino” ou “feminino”, mas como espelho do emaranhado com o qual essa dupla, homem-mulher, é obrigada a lidar nas situações as mais diferenciadas.
A felicidade sempre ao alcance da mão, porém inatingível; aquilo que almejamos, aquilo que sonhamos ser, mas não somos. Encontros voláteis e improváveis, fuga e abandono; abuso e violência. O substrato daquilo de que são tecidos o amor e o desamor, o ódio e a carícia. A impossível plenitude do encantamento humano. O ciúme e a desconfiança contados pelo lado de dentro, o lado da mente perturbada, dos gestos sem razão. O choque entre o devaneio mais puro e a realidade que enrijece o sangue. Não importa onde: São Paulo, Rio, Roma, Lisboa ou Paris.
Estamos diante de um livro denso e compacto, cheio de coerência. Homens com mulheres, finalista do Prêmio Jabuti, acentua a rara capacidade de Ajzenberg, cronista essencialmente urbano, de tornar o banal digno da ficção.