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Considerado “o mais refinado contista de sua geração”, e um escritor “capaz de criar um personagem numa única frase e de montar uma trama com um único parágrafo”, William Boyd demonstra domínio da ficção curta por meio de um leque impressionante de estilos e técnicas narrativas na coletânea Fascinação. Em comum, os contos reunidos neste lançamento questionam a condição humana, com sua irrefreável necessidade de amar e ser retribuído. Seja numa casa de campo em ruínas ou num quarto de hotel em Manhattan, num pub londrino ou numa pequena aldeia da Normandia, os relatos de Boyd examinam e expõem com enorme vigor as vidas absurdas, comoventes e marcadas pelo desamor de homens e mulheres aí reunidos. Boyd constrói personagens – em sua maioria profissionais do mundo da arte – mergulhados em reflexões sobre a própria vida, um egocentrismo “típico” de artista? Em “Vídeo adulto”, Edward, um escritor e pretenso “supertalento”, projeta uma existência futura de sucesso enquanto, no presente, tem de enfrentar as angústias originadas de seus sentimentos confusos em relação à namorada Felicia e a rivalidade acadêmica com o orientador de sua tese. Edward também é o personagem central do conto que dá título ao livro, “Fascinação”. Já casado com Felicia e com um filho, o escritor trabalha como jornalista e vê seu sonho de tornar-se poeta ir pelo ralo, enquanto sua reputação segue o mesmo caminho quando conhece uma jovem e linda atleta, que será sua entrevistada para a revista para a qual trabalha. Com grande talento narrativo, William Boyd mostra em Fascinação pessoas emocionalmente desconectadas – a solidão, a insatisfação, o tédio, o desamor e, principalmente, a frustração por algum desejo não realizado, dão o tom dos contos. Sentimentos tão fortes e irresistíveis que o verniz cultural, intelectual e cosmopolita dos personagens não consegue esconder, tornando-se apenas uma capa de pretensão para encobrir uma existência infeliz.