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A arriscada arte de escrever no escuro demanda o cultivo de um certo gosto pelas sombras que reinam nas profundezas da alma humana. Por outro lado, só aquele que procura algo às cegas pode tatear as texturas invisíveis da superfície do mundo. Pois é na alternância entre profundidade e superfície que os contos de Patrícia Melo nos levam por breves e impactantes passeios por zonas que não costumamos enxergar na luz.
Assim, travamos contato com personagens como um crítico e escritor frustrado que enlouquece de rancor em meio a uma feira literária; uma depiladora que escuta os segredos mais escabrosos de suas clientes, e um adoentado músico brasileiro com sede de morfina em um hospital americano. Há ainda a história de Cecilia, personagem que se rebela contra sua autora por não aceitar o destino trágico que lhe é imposto.
Fazendo uso da metalinguagem e visitando diversos gêneros, mergulhando na trama ou observando-a de fora, Patrícia Melo retorce suas narrativas, apagando as luzes, para em seguida reacendê-las. E o que vemos, então, é sempre uma grata surpresa.