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Uma tragicomédia de poderes. Assim poderia ser definida a história da política brasileira: uma trama surrada, em que os atores mudam, mas os personagens continuam os mesmos. Neste teatro, o público se vê como amador diante das artimanhas de personalidades ambiciosas e dispostas a tudo para obter a única recompensa que conhecem: o poder absoluto. Como estas pessoas se mantêm por tanto tempo é um mistério para a maioria da população. No entanto, enigmas existem para serem desvendados e se há alguém qualificado para explicar este enredo é um de seus autores. Nisto consiste o relato amargo e cômico de João Fonseca Nogueira, jovem escritor que se torna assessor de imprensa.
Uma promessa das letras brasileiras, o mineiro João aceita, por indicação de um amigo, trabalhar como autor de discursos do prefeito Saturnino de Brito, governante da pequena cidade de Duas Pontes Saturniano de Brito. Na esperança de transformar o mal em bem (e de conseguir um alicerce financeiro para sustentar suas ambições literárias), João percebe que, de Pigmaleão, se tornou um Dr. Frankenstein, gerando um monstro fora de controle. Ou seria o contrário e Saturniano, inicialmente a marionete, quem manipulou o hesitante João por toda a trajetória?
Escrito pelo autor e ex-secretário de imprensa do presidente Juscelino Kubitschek Autran Dourado, A serviço del-rei é um alerta e um acerto de contas. Típico exemplar de roman à clef, onde qualquer semelhança com fatos e pessoas reais não é uma coincidência.
Autor vencedor do Prêmio Camões (2000) e do Prêmio Machado de Assis (2008).