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Ele a aborda no trânsito, interceptando o carro que ela dirige. Tem nas mãos uma arma e, com um pano embebido em clorofórmio, faz com que ela adormeça. Ela acorda amarrada em uma cadeira e logo percebe que está em um cômodo especialmente projetado para que nenhum ruído, ou mesmo um grito de pavor, possa ser ouvido do lado de fora. Na sua frente, apenas aquele homem que nunca vira antes.
Ele não quer dinheiro. Uma coisa é certa: sua motivação é obscura, assim como a história que irá narrar em um monólogo fascinante e assustador. Mas ela não está ali apenas para ouvi-lo – há mais por acontecer. Aquele homem precisa retomar algo que perdeu há muito tempo, e ela lhe servirá de escada. Mas por que justamente aquela mulher? Deve estar tudo escrito em algum lugar, ele diz, não adianta chiar ou se lamentar.
Flavio Carneiro dá voz a um grande personagem, um homem sem nome, atormentado e sedento por narrar os acontecimentos inexplicáveis de seu passado. Erigido em uma prosa ao mesmo tempo delicada e crescentemente carregada de tensão, “A Confissão” é mais do que um thriller policial de primeira linha. É uma viagem às profundezas da mente de um homem partido e incapaz de sentir medo. Nós, os leitores, seremos as testemunhas do encontro entre esses dois personagens e, de alguma forma, também seus algozes e vítimas.