Sinopse
A premiada escritora Adriana Lisboa apresenta um poema que convida os pequenos leitores a experimentar uma nova visão de mundo. Por meio de um inventivo jogo poético, a autora cria metáforas para definir diversas situações do dia a dia.
A estrofe de abertura introduz a ideia de incompletude que Adriana explora ao longo do poema: “Um rei sem majestade / É meia maçã sem a outra metade. / É domingo sem feira, / Quintal sem mangueira, / Goiabeira sem quintal.” As comparações com outros universos, que não o do primeiro verso, estimulam a criança a criar suas próprias associações de ideias, desviando o olhar infantil do lugar-comum.
O lirismo da autora transborda, como na página 8: “Menina sem sorriso: / Vestido sem vento / Deserto sem miragem / Susto sem alívio / Janela de trem onde falta paisagem.” E esse mesmo lirismo é usado para falar de temas abstratos como os sentimentos. “Beijo que não veio tem gosto / De ontem sem amanhã. / É feito lagoa sem peixe, / Feito óculos sem lentes, / Dentadura branquinha sem dentes” são versos sobre frustação, por exemplo.
Adriana utiliza a ausência como recurso, representada pela preposição “sem”, e parece querer que o pequeno leitor busque completar lacunas para transformar o mundo à sua volta em algo mais inteiro, cheio de sentidos e significados. A riqueza do poema está justamente no fato de as soluções para os problemas apresentados – “Um rei sem majestade”, “Coração frio”, “Sonho que não faz voar”, “Livro sem leitor”, “Sono sem cama” etc. – não serem óbvias.
Para enriquecer ainda mais o livro, a ilustradora Lúcia Brandão desenvolveu imagens que criam novas metáforas a partir das sugeridas pela escritora. Em uma paleta de cores cheia de contrastes fortes, a artista faz com que o leitor fique cada vez mais envolvido com a densidade do poema.
Um rei sem majestade oferece a pequenos leitores, pais e professores múltiplas possibilidades de leitura, o que só favorece o processo de mediação, seja em casa ou em sala de aula. O jogo poético criado por Adriana Lisboa e as ilustrações de Lúcia Brandão compõem uma obra essencial para ampliar a visão de mundo das crianças.
Assista o vídeo e conheça a obra
Categoria: Pré Escola - Crianças pequenas de 4 e 5 anos
Tema: Quotidiano de crianças nas escolas, nas famílias e nas comunidades (urbanas e rurais); Relacionamento pessoal e desenvolvimento dos sentimentos das crianças nas escolas, nas famílias e nas counidades (urbanas e rurais);
Gênero: Narrativos
Páginas: 32
Formato: 20,5 x 27,5 cm
CÓD: 201 P22 02 03 000 000
Adriana Lisboa nasceu no Rio de Janeiro. Romancista, poeta e contista, é autora, entre outros livros, dos romances Sinfonia em branco (Prêmio José Saramago), Azul corvo (um dos livros do ano do jornal inglês The Independent) e Hanói (um dos livros do ano do jornal O Globo). Na literatura infantil, estreou com Língua de trapos, pelo qual recebeu o prêmio de autor revelação da FNLIJ. Seus livros foram traduzidos em mais de vinte países. Seus poemas e contos saíram em revistas como Modern Poetry in Translation e Granta. Morou na França, na Nova Zelândia, e atualmente vive nos Estados Unidos.